Desde que me decidi que deveria arrumar um cachorro para fazer companhia para as crianças, comecei a ler sobre o assunto e posso dizer que, depois de duas escolhas certeiras, que já consigo identificar algumas características importantes num cachorro ainda filhote. Além disso, percebi que muitas pessoas têm dificuldade em lidar com o cachorro quando ele chega em casa. Um dos problemas é qual o castigo que se deve dar quando eles fazem alguma arte 💩.
É bom lembrar que educação significa instrução; uma violenta punição, porém, nunca ajuda a doutrinar.
Educar um cachorro é trabalho de inteligência. É influenciar metódica e pacientemente o animal; são esforços nos quais nem sempre se pode renunciar a meios rígidos. Mas é muito importante saber quando aplicar energia e quando omiti-la.
Mas o que fazem os donos de cães — na maioria dos casos — se estes cometem um deslize não permitido? Castigam-nos e os repreendem com palavras ásperas, em geral quando o descobrem, isto é, geralmente bem depois do ato condenável. Com esta atitude, quer dizer, com ameaças posteriores, consegue-se apenas intimidar o cachorro. Afinal, ele jamais sabe unir o castigo retardado com sua culpabilidade, e é justamente isto que muitos donos não querem entender. Mas é um ponto essencial do ensino.
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Não posso deixar de mencionar aqui um fato que talvez nem todos os proprietários de cães conheçam: mesmo tendo se desenvolvido através dos tempos, até se tornar um fiel companheiro do homem, esse animal ainda guarda particularidades da época em que era selvagem. O cachorro sempre viveu em grupos e uma de suas características era a escolha de um líder da matilha, a quem todos os membros se subordinavam. É fácil observar esta particularidade significativa quando temos vários cães. Cada qual pretende conquistar para si o grau de chefe mas, uma vez estabelecida a hierarquia, os outros a obedecem voluntariamente.
Transpondo tal assertiva para nossas relações com o cachorro, agora “civilizado”, reparamos que até hoje este não abandonou o sentido de matilha. O cão não pode existir como individualista, como vive o gato, por exemplo; tem de se associar e não existe nenhuma dúvida de que ele considera a família humana não só pertencente ao seu grupo, mas também o líder deste.
Considere agora o seu cão sob este ângulo; então, deste ponto de vista resultam responsabilidades das quais você não pode eximir-se.
Como seu chefe, você deve mostrar vigor e justiça. Qualquer sinal de fraqueza, de condescendência, é interpretado pelo instinto do animal como seu próprio domínio sobre o comandante. Quantos cães existem sentindo-se realmente como soberanos de seus donos.. . Estes jamais tiveram coragem de afastar-se por muito tempo do seu lar (porque o cão não aguenta ficar sozinho), de tirar um osso de sua boca (porque ele rosna e morde), de insistir em fazer isto ou aquilo (porque ele pode levar a mal). Nestes casos, a autoridade é invertida.
Por isso, da mesma forma que não deve usar de violência, você não pode, por outro lado, mostrar moleza no seu procedimento em relação*ao cão. Na educação dele, os seus desejos devem ser ordens, não gritadas mas dadas com firmeza, esperando e atentando que sejam cumpridas escrupulosamente. Não convide o cachorro a executar um pedido seu com palavras meigas, talvez repetidas algumas vezes até que ele mostre vontade de obedecer; ao contrário: você precisa pôr na voz uma seriedade que não tolera oposição.
Com carícias e aplausos, que também não deve poupar, ou então com palavras de censura e desaprovadoras, faça o cão entender se agiu bem ou mal. Não xingue: uma ou duas palavras severas são suficientes para apontar-lhe o erro. Lembre-se sempre de que o cão deve executar todas as ordens por prazer e com alegria, e não por saber que apanha a cada falha.
Escolher um cachorro é uma tarefa bastante complexa e convém fazer isso com paciência para que não haja arrependimentos no futuro.
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